sexta-feira, 9 de maio de 2014

FILME (COMO ESTRELA NA TERRA)


                      


“Como Estrelas na Terra” e as Inteligências Múltiplas

Post contendo spoiler do filme "Como Estrelas na Terra"

Ishaan Awasthi
“Como Estrelas na Terra” é um filme que conta a história de uma criança com dislexia, se trata de um menino de 9 anos, chamado Ishaan Awasthi, que sofre muito por ter dificuldades na escola e por ser incompreendido pela família. Ishaan se dava muito mal nas matérias “principais”, como línguas e matemática, mas era um menino muito inteligente, criativo e curioso, apesar de ser visto por todos, principalmente seus pais e professores como preguiçoso, desinteressado e burro. Principalmente por seu irmão ser sempre um dos primeiros da turma, Ishaan era comparado com ele, recebendo cada vez mais cobranças.

Na nossa sociedade uma pessoa que é muito boa em matemática, por exemplo, é logo vista como alguém muito inteligente, cursos como Engenharia, Administração e outros cursos da área de exatas são muito mais valorizados do que cursos como Artes plásticas ou Música. Por quê? Porque as pessoas tem a tendência de achar que a “Inteligência” está diretamente relacionada ao raciocínio lógico, ao bom desempenho na área de exatas e cálculos; além disso, também são valorizadas áreas como a linguagem. Porém, quando estudamos a fundo o conceito de Inteligência, nos deparamos com as Inteligências Múltiplas.

Segundo Howard Gardner, psicólogo autor desta teoria, existem ao todo 7 tipos de inteligência e todas as pessoas tem um pouco das 7 combinados dentro de si. No entanto, cada pessoa tem um deles desenvolvido de modo mais forte e que se sobrepõe sobre os outros. As 7 inteligências são: Linguística, Lógica-Matématica, Motora, Espacial, Musical, e as inteligências pessoais: Interpessoal e Intrapessoal. Mais recentemente, Gardner expandiu seu conceito acrescentando à lista, a Inteligência Naturalista e a Inteligência Existencial.

Como é trazido no filme pelo professor de artes de Ishaan, cada criança tem um talento para algo, uma facilidade para se desenvolver mais em uma área do que em outra. No caso de Ishaan, por ter dislexia, ele tinha muita dificuldade com a linguagem, a leitura, a escrita e com os cálculos, porém, ele tinha uma facilidade incrível para desenvolver a “Inteligência Espacial”, pois ele tinha muito talento para criar, imaginar, desenhar e pintar imagens.

Ishaan era um verdadeiro artista mirim, e não deveria ser considerado burro simplesmente por suas dificuldades de aprendizagem que eram consequências de sua dislexia. Disléxicos não são burros e a doença não tem relação alguma com a Inteligência em si.

Albert Einstein
No próprio filme, o professor de Ishaan trás o exemplo de vários disléxicos que existiram na história da humanidade que tiveram um papel importantíssimo, e foram considerados como gênios. Dentre eles, Albert Einstein e Leonardo da Vinci, grandes nomes, que apesar de terem dificuldades na área linguística, se desenvolveram brilhantemente nas áreas que tinham mais afinidade.

Assim como Ishaan, que ao ser compreendido pelo seu professor, que orientou também seus pais, para que cobrassem menos dele, pois suas dificuldades existiam por causa da dislexia, e deu apoio e ensino adequado para ele, conseguiu obter grande progresso na escola,  podendo, assim, se desenvolver livremente na pintura, que era a área que ele mais se interessava e tinha mais facilidade.

A história de Ishaan logo nos faz questionar o sistema educacional. Com a teoria de Gardner, nos vem a mente que a escola deveria valorizar as mais diversas formas de pensamento, os estágios de desenvolvimento das várias inteligências, a relação existente entre esses estágios, a aquisição de conhecimento; não apenas querendo padronizar as crianças, ensinando-as a seguir um modelo pré-estabelecido, quando deveriam é incentivá-las a criar coisas novas e favorecer o potencial individual de cada um.

Essa teoria nos faz pensar em novas alternativas para as práticas educacionais, com uma educação realmente focada na criança, com avaliações que sejam adequadas as diversas habilidades humanas, com um ambiente mais amplo e variado, que dependa menos do desenvolvimento da linguagem e da lógica. Pois, embora as escolas declarem, como no filme, que “preparam seus alunos para a vida”, a vida certamente não se limita apenas a raciocínios verbais e lógicos.

Dificuldade de Aprendizagem
            Na educação não nos deparamos somente com aprovações e sucessos, na maioria das vezes no decorres do ensino, vemos problemas que deixam os alunos paralisados diante do processo de aprendizagem, com isso acabam sendo rotulados ate mesmo pelos familiares, professores e colegas. É de suma importância que todos estejam envolvidos e atentos às dificuldades, observando se são simples ou graves.
            As dificuldades podem ser orgânicas ou emocionais, é importante que sejam descobertas precocemente assim poderá ser focado com o intuito de desenvolver melhor o processo educativo.
A dificuldade mais conhecida e que vem tendo grande repercussão na atualidade é a dislexia, porém, é necessário estarmos atentos a outros sérios problemas: disgrafia, discalculia, dislalia, disortografia e o TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). O aluno com dificuldade de aprendizagem sente-se rejeitado pelos colegas.
- Dislexia: é a dificuldade que aparece na leitura, impedindo o aluno de ser fluente, pois faz trocas ou omissões de letras, inverte sílabas, apresenta leitura lenta, dá pulos de linhas ao ler um texto, etc. Estudiosos afirmam que sua causa vem de fatores genéticos, mas nada foi comprovado pela medicina.
- Disgrafia: normalmente vem associada à dislexia, porque se o aluno faz trocas e inversões de letras, consequentemente encontra dificuldade na escrita. Além disso, está associada a letras mal traçadas e ilegíveis, letras muito próximas e desorganização ao produzir um texto.
- Discalculia: é a dificuldade para cálculos e números, de um modo geral os portadores não identificam os sinais das quatro operações e não sabem usá-los, não entendem enunciados de problemas, não conseguem quantificar ou fazer comparações, não entendem sequências lógicas. Esse problema é um dos mais sérios, porém ainda pouco conhecido.
- Dislalia: é a dificuldade na emissão da fala, apresenta pronúncia inadequada das palavras, com trocas de fonemas e sons errados, tornando-as confusas. Manifesta-se mais em pessoas com problemas no palato, flacidez na língua ou lábio leporino.
- Disortografia: é a dificuldade na linguagem escrita e também pode aparecer como consequência da dislexia. Suas principais características são: troca de grafemas, desmotivação para escrever, aglutinação ou separação indevida das palavras, falta de percepção e compreensão dos sinais de pontuação e acentuação.
- TDAH: O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um problema de ordem neurológica, que traz consigo sinais evidentes de inquietude, desatenção, falta de concentração e impulsividade. Hoje em dia é muito comum vermos crianças e adolescentes sendo rotulados como DDA (Distúrbio de Déficit de Atenção), porque apresentam alguma agitação, nervosismo e inquietação, fatores que podem advir de causas emocionais. É importante que esse diagnóstico seja feito por um médico e outros profissionais capacitados.
Os professores podem ser muito importantes na identificação desses problemas, o papel do professor cabe somente observar o aluno e auxiliar o seu processo de aprendizagem, tornando as aulas mais motivadas.
 “A criança é um grande pesquisador”.( Pedro Demo)
O desafio da prática educacional, o professor deve ser um orientador e não apenas um mero transmissor de conhecimento, ser capaz de incentivar cada dia pesquisar por si mesmo. Pedro Demo faz críticas às relações que se dão nos ambientes tradicionais de ensino, destaca a importância da autoria para o aprendizado, que é o ato de buscar no aluno seu lado reflexivo que lhe permite ser um produtor de ideias.
Toda a criança é curiosa, indagadora, experimentadora, interessada, o grande desafio é ter um professor que saiba pesquisar e saiba fazer o aluno pesquisar, ser capaz de aproveitar as potencialidades da criança, essa curiosidade e vontade de criar, e com isso despertar o cultivo de saber pensar. O conhecimento teórico é importante, mas se faz necessário uma proximidade maior entre teoria e prática.
O educador deve ser também um provocador de ideias no aluno, pois através da sua visão, do seu conhecimento pode fazer com que o aluno seja um participante do conhecimento e não somente ouvinte.
O termo reconstrução seria o mais adequado, pois partimos de um conhecimento já disponível. Esse Princípio Educativo em que o sujeito deve ter autonomia e emancipação através de sua consciência crítica, que deve ser capaz de ter sua própria história, uma história que o faça ser participante da sociedade.
Demo deixa claro que tudo que se quer de um aluno é que ele saiba pensar e que o aluno é a imagem e semelhança do seu professor. Só que está ocorrendo por anos é que os professores em sua formação não são incentivados a pensar, pesquisar e elaborar durante a formação, eles só assistem aulas e fazem provas. Quando esses professores vão dar aulas, fazem a mesma coisa, criando-se assim um ciclo vicioso.
Ele ainda conclui que autoria é fundamento docente e discente, por ser referência crucial da aprendizagem no professor e no aluno, a pesquisa é item fundamental se quisermos alunos que estudem bem precisamos ter professores que estudem bem também.
Para fugir desse tipo de “aprendizado”, que se dá em sala de aula, devemos utilizar novas tecnologias, mesmo que demande esforço e dedicação do modo convencional. Com essas novas tecnologias podem enfrentar o estudo com outro espírito, à medida que se torna possíveis estilos de autorias coletivas que produz envolvimento.
Conclusão
O ato de ensinar é sagrado. Poderá significar o fracasso ou sucesso de uma criança no seu futuro. Um desafio que todos os educadores deveriam encarar com muita seriedade e lançar mão de todos os recursos para aprimorar sua didática, sua arte de ensino. Procuramos demonstrar, neste trabalho, alguns aspectos importantes desta arte e com certeza isto nos será de grande valia na carreira que se nos apresenta.
Referências Bibliográficas:
DEMO, Pedro. A criança é um grande pesquisador. 2009. Disponível em: 
<https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=explorer&chrome=true&srcid=0B_iQ
RJWKpWlNDcwYmQyZWItNDA1Ni00NGFmLTkzMjctZWFkMGY0MGJlODJi&hl=pt_BR>. Acesso em: 13 05. 2014.as 19:00
http://www.psicosmica.com/ acessado em 14052014 as 00:47

https://www.youtube.com/watch?v=SlfpR8IgQeY

Postado por Adriana Vaz de souza Silva RA3729620774

Nenhum comentário:

Postar um comentário